quarta-feira, 5 de março de 2008

Iron Maiden e 20 mil vozes incendeiam a Pedreira Paulo Leminski

Lendária banda inglesa bebe da fonte de 23 anos atrás e mostra que idade não quer dizer nada quando o assunto é heavy metal

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A espera valeu para os 20 mil fiéis súditos do Iron Maiden. Após 10 anos desde a última apresentação do sexteto britânico em Curitiba, a mesma Pedreira Paulo Leminski de 1998 recebeu a Donzela de Ferro. A tradicional praça de espetáculos da cidade foi tomada por uma verdadeira enxurrada de camisetas pretas, bandanas e cabeludos, em uma reunião quase messiânica em torno de um ícone: “Maiden”. Era esse o grito que se ouvia horas antes da abertura dos portões.

Uma semana antes do show desta terça-feira (4), uma fila de fãs já se formava nos arredores da Pedreira. Quando o público entrava no espaço, muitos não acreditavam, e os flashes fotográficos (mesmo com a tentativa de proibir as câmeras, isso ocorreu apenas parcialmente) insistiam em registrar o momento histórico para o público, muitos deles presentes ao seu primeiro show do Iron Maiden.

Porém, não só jovens. Muitos fãs mais “crescidos”, que acompanham a trajetória da banda desde a década de 70, quando o baixista Steve Harris fundou o grupo em Londres, também se faziam presentes, com o mesmo entusiasmo dos jovens. Foi possível ver que muitos pais e filhos se preparavam para se deliciarem com duas horas do genuíno heavy metal britânico, originário da primeira onda do “New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM)”, ocorrida no início dos anos 80 e que teve o Maiden como a sua maior estrela.

Nem mesmo o sol forte conseguiu diminuir a expectativa do público. Finalmente, depois de muita espera, a banda de Lauren Harris – filha do líder do Maiden – adentrou o palco por volta das 20h. Ao lado de um trio de músicos bastante coeso, a inglesa mostrou carisma e esforço para contagiar uma massa de cabeludos que só queriam saber do grupo de seu pai. Durante o seu repertório de 35 minutos, Lauren tocou seis músicas, e mostrou um pop/rock digno de rádios, mas distante do som mais pesado que viria a seguir.

Finalmente, às 21h10, as luzes foram abaixo e imagens do ex-premiê britânico Winston Churchill foram ao ar nos telões, enquanto um dos seus discursos era executado pelo sistema de som.

Logo em seguida, o sexteto formado por Bruce Dickinson (vocal), Steve Harris (baixo), Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers (guitarras) e Nicko McBrain (bateria) descarregavam “Aces High” para o faminto público curitibano.

A música é um hino do álbum “Powerslave”, um dos carros-chefe da turnê “Somewhere Back In Time” que a banda promove ao redor do mundo – e que foca-se no áureo período da década de 80, sobretudo o repertório do ao vivo “Live After Death”, de 1985.

Nem bem a poeira baixou e outro hino, “2 Minutes to Midnight”, manteve o repertório dentro do álbum que conta com o “Eddie” (mascote e ícone do Maiden) sob um manto faraônico.

Em seguida, veio a cadenciada “Revelations”, do álbum “Piece of Mind”. Talvez a única falha no som do show inteiro tenha ocorrido nesta canção, durante o solo de Janick Gers.

Nem por isso o guitarrista (um tanto brincalhão) se abateu. A agitação na pista e na área Vip retornou com “The Trooper”, outro clássico que não pode faltar em qualquer show do Iron Maiden. A cada canção de trabalhos diferentes, o plano de fundo do palco se alterava, seguindo a linha do tempo da trajetória da banda.

Hinos como “Wasted Years”, “The Number of the Beast” e “Can I Play With Madness” vieram na seqüência, fazendo todo mundo pular na Pedreira.

Em seguida, a altamente técnica “Rime of the Ancient Mariner” apresentou todos os requisitos que levaram o Iron Maiden ao status alcançado pela banda: peso, técnica e muita melodia.

Sobrou tempo para “Powerslave”, “Heaven Can Wait” e “Run to the Hills”, antes da ultra-clássica “Fear of the Dark”, única canção de fora do período dos anos 80. A música “Iron Maiden” fechou a primeira parte do show.

No bis, “Moonchild” trouxe surpresa a alguns fãs, que logo foram tomados mais uma vez pelo entusiasmo em “The Clairvoyant”, outro petardo indispensável.

Para fechar as quase duas horas de heavy metal no último volume, “Hallowed Be Thy Name” coroou uma noite inesquecível para os 20 mil sortudos que esbanjaram paciência – seja pela espera, seja pelo forte calor – com um verdadeiro banquete de petardos Made in England.

Gazeta do Povo

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